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Foto do escritorMove In - Fernão a Ler

De Anne Frank aos diários digitais

Na primeira sessão dos “Leitores Compulsivos”, na sequência de um excerto d’“O Caderno Vermelho da Rapariga Karateca”, todos ficámos com curiosidade de conhecer esta rapariga karateca, com 14 anos e cujo sonho é ser cinturão negro e beijar Raul e que tem uma professora que gosta de balões amarelos. Pelo menos, é o que conta no seu caderno vermelho.


Assim, surgiu o debate sobre escrever ou não escrever um caderno vermelho, ou seja, um diário.


“Não sei escrever um diário”, “Não consigo dar continuidade à escrita de um diário”, “Não gosto de ler o que escrevo”, “Esqueço-me de escrever e depois já passou muito tempo”, foram algumas das reações dos compulsivos. Leitores, mas ainda nem sempre escritores. Pelo menos, não de diários.


Chegámos a Anne. E como não chegar a ela?


Pensemos nos dias de hoje, em que, privados de alguma liberdade pela frase “Fique em casa”, angustiamos. Inevitável não compararmos os nossos dias aos de Anne Frank. Inevitável, mas necessário, não concordam?


Anne Frank encontrou em Kitty, nome que deu ao seu diário, um refúgio, uma amiga (imaginária?), um conforto e um colo para os duros dias que vivia. Saberemos nós algum dia entender o que se passou com aquela menina de 13 anos?


E quem faz das redes sociais o seu diário? “Não, é demasiada exposição.”, concordámos. E um diário digital? Está sempre connosco, no nosso telemóvel. Pode até ter password, que funciona como os antigos cadeados, cujas chaves tão bem guardadas se perdiam… Ideia lançada por uma das participantes. Até porque o essencial é escrever, pôr cá para fora aquilo que também guardado a sete chaves nos incomoda ou que simplesmente não se quer contado ao melhor amigo. Fica a ideia…



Escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944, O Diário de Anne Frank foi publicado pela primeira vez em 1947, por iniciativa de seu pai, revelando ao mundo o dia a dia de dois longos anos de uma adolescente forçada a esconder-se, juntamente com a sua família e um grupo de outros judeus, durante a ocupação nazi da cidade de Amesterdão.


Todos os que se encontravam naquele pequeno anexo secreto acabaram por ser presos em agosto de 1944, e em março de 1945 Anne Frank morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, a escassos dois meses do final da guerra na Europa. O seu diário tornar-se-ia um dos livros de não ficção mais lidos em todo o mundo, testemunho incomparável do terror da guerra e do fulgor do espírito humano.


Livro recomendado pelo Plano Nacional de leitura para o 8.º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.


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