No ano letivo 19/20, ano em que se assinalaram os 75 anos da Libertação de Auschwitz, li estes dois livros.
Ambos narram as experiências horrendas vividas no campo de concentração, onde a
sobrevivência era o grito de ordem e a condição humana desafiada até aos limites
inimagináveis.
Autobiográfico, Se Isto é Um Homem conta cruamente o que o Homem pode fazer ao Homem, quando esvaziado de valores e sugado pelo domínio do medo e da opressão.
Face a determinadas circunstâncias, como a guerra e a intolerância, serão os homens
humanos, solidários e iguais? Mais do que um testemunho, o livro dá que pensar. Pensar que aquelas atrocidades não deverão ser esquecidas. Pensar que não deverão voltar a acontecer.
A Bibliotecária de Auschwitz, baseado em relatos de sobreviventes do campo, é um romance que consegue envolver totalmente o leitor, estabelecendo nele uma empatia imediata com a personagem principal – Dita – pela sua coragem e generosidade mas também pelas suas fragilidades. Ao contrário de Primo Levi, este livro deixa transparecer alguma luz por entre as trevas da crueldade e da injustiça.
Ambos os heróis sobreviveram. O final seria feliz se toda a história não fosse o inferno.
Uma recomendação de
Alexandra Alves
Professora Bibliotecária da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto
Professora de Francês do Quadro de Escola
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